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“No Other Land” ganha Oscar de melhor documentário

  • Vitória Vitiritti
  • 16 de mar.
  • 2 min de leitura

Por Vitória Vitiritti


Na última semana, o documentário “No Other Land” ganhou o prêmio de melhor documentário no Oscar 2025, o que representa um passo importante para a conscientização do mundo em relação ao genocídio que ocorre na região da Palestina e da Cisjordânia há décadas.


O documentário retrata a vida de Basel Adra, palestino que vive na Cisjordânia e que documenta as agressões que os colonos israelenses realizam na implementação de novos assentamentos, e de Yuval Abraham, jornalista israelense e amigo de Basel. Nesse sentido, ao longo da história, os diretores evidenciam os diversos crimes cometidos por parte da população israelita contra seus vizinhos árabes. Portanto, é notória a relevância dessa produção para trazer luz a um povo que sofre há décadas.


Por mais que a academia do Oscar tenha concedido o prêmio a esse documentário, no âmbito internacional, o cenário não se apresenta propício para os palestinos. Isso porque, a ascensão da extrema direita representa uma ameaça ao povo palestino, já que mais governos passam a apoiar Israel, suas políticas higienistas e a ter políticas de governo xenofóbicas. O exemplo mais emblemático é a eleição de Donald Trump nos EUA o qual afirmou que a reconstrução de Gaza deve ocorrer sem a presença dos palestinos. Nesse sentido, deve-se pontuar que os EUA ainda é uma superpotência e que, portanto, suas ações geram impactos globais. Considerando isso, a partir do momento que o país passa a adotar políticas contrárias ao povo palestino, por exemplo, torna-se mais fácil outros países seguirem medidas similares, já que há legitimidade garantida pela superpotência, criando-se a ideia de que atos que poderiam ser malvistos pelo sistema internacional passam a ser permitidos.


Sendo assim, a vitória de Trump corrobora para que forças extremistas de direita ganhem relevância em outros países, como é o caso da Alternative für Deutschland (AFD) na Alemanha que será a segunda maior força no parlamento alemão no próximo período e que tem posicionamentos similares aos estadunidenses. Logo, a perspectiva de melhora da situação palestina é ameaçada. Além disso, ela é benéfica para Israel, que ganha mais força para prosseguir com as práticas de extermínio do povo palestino.


Dessa forma, nota-se um cenário complexo; por um lado, o maior prêmio de produções cinematográficas, o Oscar, coroa um documentário que retrata os desmandos israelenses na região da Palestina como o melhor do ano, mas por outro lado, uma onda contrária a esse povo ganha relevância e força no sistema internacional.


  • Vitória Vitiritti é graduanda em Ciências Econômicas na Universidade Presbiteriana Mackenzie

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